19 março - 2024

Cárie: o que é, sintomas, causas e tratamento

Quais os sintomas da cárie
Quais os sintomas da cárie

Quais os sintomas da cárie? As cáries são um dos problemas bucais mais comuns em crianças e adultos.

De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente acomete mais da metade da população brasileira, e acomete até mesmo bebês com dentes de leite.

No entanto, apesar de ser difícil encontrar alguém que nunca teve a doença, ela não é assim tão simples, e pode causar problemas sérios à saúde da sua boca.

Para saber mais quais os sintomas da cárie, causas e tratamentos, confira a seguir:

O que é a cárie?

A cárie é causada pela bactéria Streptococcus mutans.

Embora esta bactéria já viva me nossa boca naturalmente, o excesso do consumo de açúcar e a presença de restos de alimentos nos dentes aumenta a formação de placas, que misturadas com a saliva podem se tornar ácidas e causar a desmineralização da dentição.

A longo prazo, o ácido formado pela cárie corrói o esmalte dos dentes, causando buracos, deterioração da arcada dentária e até mesmo abcessos.

As cáries são divididas em três tipos diferentes:

1. Coronária

A cárie coronária é a mais frequente em adultos e crianças.

Ela acomete a coroa, camada superficial dos dentes, onde ocorre a mastigação e o constante contato entre os dentes.

Ela também pode ocorrer no espaço entre os dentes, onde normalmente ficam presos pedaços de comida.

Os sintomas da cárie neste estágio são normalmente inexistentes, e a doença é de fácil tratamento. Muitas vezes apenas a aplicação de flúor pelo dentista já resolve o problema.

2. Radicular

A cárie radicular costuma ser mais comum em adultos e idosos, já que sua causa está intimamente relacionada à retração das gengivas conforme a idade, o que faz com que a raiz dos dentes fique exposta.

Por afetar a raiz, que ao contrário da coroa, não está protegida pelo esmalte dos dentes, esse tipo de cárie é mais grave e necessita do acompanhamento constante com um profissional para identificar e tratar os sintomas da doença.

Para preveni-la é fundamental o uso de fio dental, já que ele impede a formação de placas, tártaro e até mesmo a própria retração gengival.

3. Recorrente

Já a cárie recorrente ocorre após realizar restaurações, e em áreas de grande acúmulo de placa bacteriana.

Neste caso, a doença acomete várias vezes a mesma região, causando forte deterioração na área.

Assim como nos casos das duas cáries acima, essa também pode ser prevenida por meio de uma boa higiene bucal.

O que causa a cárie?

A cárie é considerada, por diversos ortodontistas, como uma “doença comportamental”, ou seja, ocasionada por conta dos hábitos de higiene e consumo do próprio paciente.

Antes de saber quais são os sintomas da cárie, saiba que os principais fatores para a proliferação da doença são:

1. Restos de comida e açúcar

As bactérias da doença são atraídas pela sacarose e pelos restos de comida presentes nos dentes.

É por isso que o açúcar é considerado, por muitos, o grande vilão da saúde bucal, assim como carboidratos em geral, refrigerantes, álcool e alimentos gordurosos.

O ácido liberado pelo contato da bactéria com os restos de comida causa a deterioração e a criação de buracos na dentição.

2. Falta de higiene bucal

Não escovar os dentes após cada refeição também pode aumentar a chance de proliferação de placas dentárias, que consequentemente se transformam em cáries.

A higiene bucal não é importante apenas para retirar restos de alimentos dos dentes, ela também é imprescindível por ser o momento em que nossa boca tem contato com o flúor presente nas pastas de dente.

A substância não apenas previne a formação de cáries, mas também tem o poder de reverter quadros mais leves da doença.

3. Diabetes e quimioterapia

Pacientes com diabetes não controlada ou em processo quimioterápico também podem estar mais suscetíveis de desenvolver a cárie.

Isso porque estes fatores podem diminuir a produção de saliva. A saliva é responsável por regular a presença de bactérias e ácido em nossa boca.

4. Localização do dente

Dentes molares e pré-molares estão mais suscetíveis à proliferação de cáries.

Isso porque os sulcos e orifícios destes dentes dificultam a escovação e facilitam o acúmulo de alimentos.

5. Idade

Idosos e crianças são os que estatisticamente mais desenvolvem cáries.

Idosos são mais propícios a desenvolverem a doença por conta da retração das gengivas, como já falamos acima.

Já as crianças muitas vezes pecam na qualidade da escovação, tornando suas bocas um ambiente propício para o desenvolvimento de placa bacteriana.

Quais os sintomas da cárie?

Agora que você já sabe o que são e as causas da doença, chegou a hora de falar sobre quais são os sintomas da cárie. Eles podem ser diferentes dependendo da fase da doença.

1. Etapa inicial

O primeiro indício de que você está com cárie aparece na forma de manchas esbranquiçadas nos dentes.

Se não for identificada com rapidez, essa mancha pode se tornar mais escura. Isso indica que já ocorreram fissuras no esmalte dentário.

Essa fase inicial normalmente não apresenta nenhum sintoma físico, como dor ou sensibilidade.

2. Etapa intermediária

Na etapa intermediária, a cárie atingiu a dentina, camada abaixo do esmalte.

Além de ser bem mais visível, esse estágio já causa dor e sensibilidade ao mastigar e em contato com o frio, e precisa ser tratado o quanto antes.

3. Estágio avançado

No estágio avançado, a cárie já se torna um problema de saúde grave. Isso porque, ao atingir a polpa, ou seja, o núcleo do dente, ela causa dor intensa e contínua.

Se não tratada, pode evoluir para uma inflamação e infecção de gengiva. Isso pode acometer dentes próximos e até mesmo causar abcessos (um acúmulo de pus em tecidos da pele) e ocasionar a necessidade de se extrair o dente.

Como a cárie é diagnosticada?

Agora que você já sabe quais os sintomas da cárie, chegou a hora de descobrir como é feito o diagnóstico da doença.

Apesar de, dependendo do estágio, ser perceptível a olho nu, apenas um dentista pode diagnosticar oficialmente a presença de cáries.

Com o auxílio de instrumentos e espelho, o profissional será capaz de ver a extensão do dano, mesmo que as manchas ainda não estejam presentes.

O profissional também é capaz de identificar se a cárie está ativa ou inativa – ou seja, se ela ainda está se desenvolvendo ou se estagnou.

Apesar de incomum, em casos específicos o dentista pode pedir exames de imagem e Raio-X para ajudá-lo a identificar a doença.

Por conta disso, é imprescindível que, além do cuidado com a higiene bucal e a alimentação, também sejam feitas consultas ao dentista, para que a doença possa ser identificada em seu estágio inicial.

Quais são os tratamentos da cárie?

Os tratamentos para a cárie diferem muito dependendo do grau de intensidade que a doença se encontra.

Em casos mais leves, em que a bactéria está inativa e ainda não danificou o esmalte, é usado um selante, revestimento normalmente feito de resina, nos dentes.

No entanto, em quadros mais severos, o dentista pode fazer alguns procedimentos específicos para realizar o tratamento e diminuir os sintomas da cárie.

1. Restauração

A restauração é feita quando a cárie já atingiu o esmalte dentário, é perceptível a olho nu e causa dor durante a mastigação.

Neste procedimento, o dentista usa uma broca para remover o tecido danificado e limpar o dente.

O profissional então realiza uma obturação, para preencher o espaço vazio deixado pela cárie com um material que devolva à dentição seu formato original.

A obturação pode ser feita com vários materiais diferentes, a depender do profissional.

As obturações de amálgama (um tipo de liga de prata) e ouro, por exemplo, são metálicas e diferem bastante da cor dos dentes. Porém, são as mais resistentes do mercado no dia de hoje.

Por conta disso, são normalmente usadas nos dentes de trás.

Já as obturações de resina e porcelana são menos resistentes. Por outro lado apresentam uma cor similar ao esmalte do dente, sendo usadas nos dentes dianteiros.

O procedimento pode ser feito com anestesia local, a depender do grau da doença.

2. Canal

Ao atingir a polpa do dente, os sintomas da cárie se tornam mais intensos e graves. Dessa forma seu tratamento precisa ser mais minucioso.

Antigamente, ao apresentar uma cárie em estágio avançado, a recomendação era de simplesmente extrair o dente. Atualmente, no entanto, os canais podem ser realizados para preservar a dentição e devolver a saúde bucal ao paciente.

Apesar de ser temido pelos pacientes, hoje em dia os canais são feitos de forma bem indolor, com o auxílio de anestesias locais.

No entanto, por ser um tratamento bem complexo, pode demorar algumas sessões para ser finalizado.

O procedimento ocorre da seguinte forma, com o auxílio de várias ferramentas.

Como, por exemplo:

  • Broca;
  • Microscópio;
  • Radiografias.

Dessa forma, o dentista abre um orifício no dente afetado, para acessar a polpa.

Ele então remove toda a parte danificada da região e a limpa com o auxílio de uma solução líquida.

Por fim, o profissional preenche o orifício com uma substância protetora e realiza a restauração.

A última alternativa, em casos mais extremos, é a retirada do dente, o substituindo por uma prótese ou um implante.

Cárie nos dentes de leite

Quando crianças apresentam cáries nos decíduos, ou dentes de leite, muitos pais pensam que não é necessário procurar tratamento. Pois logo será substituído pela dentição permanente.

No entanto, o surgimento de cáries em bebês e crianças pode acarretar diversos problemas. Porém, não só no presente, mas também no futuro.

Se não tratada, uma lesão de cárie em dentes de leite pode afetar o germe do dente permanente, causando uma lesão.

Essa lesão, por sua vez, pode acarretar uma má formação no novo dente, fazendo com que ele nasça com imperfeições ou manchas.

Além disso, em casos extremos de cárie não tratados, é necessário fazer um tratamento de canal ou, ainda, realizar a extração total do dente de leite.

No entanto, ao remover precocemente os decíduos, os dentes ao lado acabam por tomar o espaço que seria do dente permanente. Dessa forma pode ficar preso na raiz ou crescer em outra posição.

Os tratamentos para cáries em dentes de leite são os mesmos utilizados nos dentes de adultos. Porém podem ou não serem feitos com anestesia local ou sedação da criança. Caso apresente muita dificuldade em permanecer parada.

Por isso é imprescindível que, além dos cuidados diários com a escovação dos pequenos, também sejam feitas visitas periódicas ao odontopediatra.

Desse jeito, além de o profissional conseguir detectar os sintomas da cárie em estágio inicial, a criança também vai ganhando confiança com o dentista, suas ferramentas de trabalho e o próprio ambiente.

Dessa forma, ela não tem medo de fazer algum tipo de procedimento caso necessário.

Como prevenir a cárie?

Apesar de comum, após saber sobre os tratamentos e quais são os sintomas da cárie. Já ficou claro que a doença não é brincadeira. Porém, como ela pode ser prevenida?

A seguir te damos algumas dicas:

  • Escove os dentes pelo menos três vezes ao dia. O ideal é realizar a escovação até 20 minutos após todas as refeições, já que é neste período que as placas bacterianas se alojam com mais facilidade aos dentes. Porém não esqueça da escovação ao acordar e antes de dormir;
  • Tenha uma dieta balanceada, com consumo moderado de carboidratos e doces. Esses alimentos possuem um grau elevado de açúcar;
  • Também não abuse do consumo de frutas cítricas e álcool. Por serem ácidos, eles podem contribuir para o aumento da placa;
  • Beba muita água para aumentar a salivação;
  • Passe fio dental e procure usar pasta de dentes e enxaguante bucal com flúor;
  • Faça visitas periódicas ao dentista. Ele é o profissional mais indicado para te ajudar com o tratamento preventivo e a identificação das cáries em estágio inicial.

Lembrando que as bactérias que vivem na nossa boca, como as formadoras de placa, podem ser benignas. Afinal, elas ajudam a controlar o pH e a qualidade da nossa boca. Portanto, não temos motivo, e nem maneiras de tirá-las completamente.

Mas, tendo mais informações sobre tratamentos e quais são os sintomas da cárie, fica mais fácil não só de evitá-la, mas também de identificá-la o mais rápido possível, evitando maiores problemas.

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