Bypass gástrico: o que é e para quem é indicado

Bypass gástrico: o que é e para quem é indicado
Bypass gástrico: o que é e para quem é indicado – Crédito da imagem: medicalnewstoday.com

A obesidade é um problema de saúde que afeta milhões de pessoas em todo o planeta, sendo considerada uma verdadeira epidemia mundial. Saiba como funciona o bypass gástrico e tire suas principais dúvidas sobre o tema.

Quando o índice de massa corporal (IMC) chega a valores absurdos e existem até outras complicações de saúde relacionadas, é crucial buscar auxílio médico e pensar em cirurgias que possam reduzir o peso e ajudar no problema.

Dentre esses procedimentos, o bypass gástrico promete levar à perda de peso e ajudar com os resultados a longo prazo, tendo indicações para quem sofre com excesso de gordura corporal e outros problemas relacionados.

Pronta para saber mais sobre o assunto? Continue sua leitura até o final!

Mas afinal, o que é bypass gástrico?

Também conhecido como “cirurgia de Fobi-Capella” ou “bypass em Y de Roux”, o bypass gástrico é uma cirurgia para perder peso.

Além de focar em uma redução do estômago, a técnica também altera o intestino. Assim, o paciente come menos e perde peso de maneira direta.

Apesar de seus resultados serem excelentes para a perda de peso, um bypass gástrico só pode ser realizado quando houver indicação do médico.

A grande vantagem do bypass gástrico é que ele leva a uma redução de até 70% do peso e ainda permite que isso seja mantido no decorrer dos anos.

É claro que tudo irá depender do estilo de vida que o paciente irá levar após a cirurgia (e muitas mudanças se fazem necessárias), mas as alterações permitem que o organismo fique saciado de maneira mais rápida e que o corpo absorva menos alimentos. Assim, os resultados são ótimos!

E para quem o bypass gástrico é indicado?

A indicação médica é necessária, pois somente quem realmente precisa pode se submeter a esse tipo de cirurgia – porque ela acarreta em uma extrema alteração no sistema digestivo.

Ela é indicada para quem:

  • Possui índice de massa corporal (IMC) superior a 40;
  • IMC superior a 35 – mas que já possuiu algum problema decorrente de seu excesso de peso;
  • Ou que não conseguiu ter resultados satisfatórios com outras técnicas, como colocação de balão ou sonda gástrica.

Desta maneira, nem todas as pessoas podem se submeter a esse tipo de cirurgia, não sendo indicada simplesmente para quem quer emagrecer.

Como funciona a técnica?

A cirurgia é muito complexa, por isso, é necessário escolher um profissional bastante qualificado para realizá-la – além de um ambiente hospitalar apropriado para tal procedimento.

O tempo de duração da cirurgia costuma ser de aproximadamente 2 horas, sendo feita com anestesia geral.

Primeiramente, o médico irá cortar o estômago e o intestino. Em seguida, uma porção do intestino é levada até o estômago menor, criando uma passagem para os alimentos em formato tubular.

Para finalizar o processo, a porção intestinal que ficou unida à parte estomacal deve ser ligada ao tubo. Permitindo a mistura entre alimentos e enzimas durante o processo de digestão.

É comum que o cirurgião utilize a técnica de videolaparoscopia para que seja possível fazer a cirurgia através de câmeras e instrumentos. Fazendo pequenos buraquinhos no abdômen.

Além da videolaparoscopia, também é possível contar com a laparotomia – requerendo total abertura abdominal (sendo um pouco mais perigoso).

Pós-operatório de bypass gástrico

Após a cirurgia, a recuperação costuma ser bastante demorada – e requer dose extra de paciência do que em cirurgias convencionais.

A intensa perda de peso costuma ocorrer ainda nos primeiros 3 meses, mas os cuidados pós-cirurgia devem ser seguidos até seis meses ou um ano, sempre dependendo de cada paciente.

Os cuidados envolvem:

  • Repouso de 30 dias, garantindo que não ocorra nenhuma falha na cirurgia realizada (como grampos soltos);
  • Tomar os medicamentos indicados pelo médico – geralmente incluem inibidores de produção de ácido (como omeprazol), afim de proteger o trato digestório;
  • Cuidar com os curativos seguindo todas as indicações – para ajudar na cicatrização e evitar problemas;
  • Fazer uso dos suplementos vitamínicos para evitar anemia – a maioria deles serão de ferro ou vitaminas;
  • Retirar aparelhos como o dreno conforme orientações médicas;
  • E, sobretudo, seguir à risca a dieta indicada pelo nutricionista responsável pelo caso.

Tais fatores são cruciais para garantir o sucesso da cirurgia, além de manter o paciente saudável após esse procedimento tão sério.

Após todo o período de recuperação, os resultados na perda de peso são excelentes.

Mesmo assim, o corpo fica com excesso de pele e flacidez, sendo necessário recorrer a uma cirurgia pós bariátrica.

Dentre as mais indicadas, temos:

  • Abdominoplastia – para deixar o abdômen mais retinho;
  • Mastopexia: para levantar os seios e deixá-los firmes;
  • Lipoaspiração – para retirar o excesso de gordura que está localizada em determinados pontos corporais;
  • E cruroplastia – para modelar as coxas, tirando excesso de pele e gordura.

 

Essa cirurgia possui riscos?

Assim como qualquer tipo de cirurgia, existem riscos associados com sua realização.

Entretanto, desde que todas as orientações sejam seguidas à risca, que o profissional seja de confiança (e competente) e que a cirurgia seja feita em local especializado, essas complicações reduzem de maneira considerável.

Como principais problemas, podemos citar:

  • Problemas de cicatrização;
  • Chances de infecções em órgãos internos;
  • Hemorragia grave a partir do estômago;
  • Anemia crônica por déficits vitamínicos (por isso é necessária a suplementação);
  • Síndrome de dumping – que envolve sintomas como diarreia, desmaios, náuseas e cólicas após a alimentação;
  • E outras complicações decorrentes de qualquer tipo de cirurgia.

Outros aspectos importantes

Apesar dos altos índices de massa corporal serem preocupantes e interferirem até mesmo em outras questões de saúde (tendo complicações relacionadas), alguns pacientes podem contar com cirurgias para tratar o problema.

Dentre elas, encontramos o bypass gástrico, que permite modificações no estômago e intestino, promovendo a perda de peso de maneira muito considerável.

Contudo o interessante é que seus resultados tendem a ser mantidos no decorrer do tempo!

Mesmo assim, ainda é necessária uma conscientização sobre educação alimentar e prática de exercícios físicos para que o ganho de peso não volte a comprometer a saúde (e também a estética).

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Saiba tudo sobre cirurgia bariátrica

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Você está muito acima do peso e deseja fazer uma cirurgia bariátrica? Você sabe se está dentro do grupo onde a cirurgia pode ser feita?

Descubra como funciona a cirurgia bariátrica e os seus requisitos aqui.

A cirurgia bariátrica é uma cirurgia realizada em pessoas que estão muito acima do peso.

Seu objetivo é fazer a pessoa emagrecer, trazendo assim mais saúde para a pessoa e até mesmo a cura de alguns problemas, como o colesterol alto ou diabetes.

Porém, não são todas as pessoas acima do peso que podem fazer a cirurgia bariátrica. Existe uma série de requisitos necessários para que isso aconteça, independente se for pelo SUS ou particular.

 

Quais os requisitos para fazer uma cirurgia bariátrica?

Primeiramente uma pessoa não pode apenas ter vontade de emagrecer e resolver fazer a cirurgia bariátrica.

A pessoa precisa primeiramente comprovar que já tentou por no mínimo 6 meses perder peso realizando exercícios físicos e dieta equilibrada fornecida por um nutricionista.

Se a pessoa não consegue mais perder peso fazendo esses dois quesitos pode pensar em se habilitar para a bariátrica, mas a pessoa também precisa passar por procedimentos clínicos, como remédios que tiram o apetite e coisas do tipo.

No entanto somente depois de passar por tudo isso que a pessoa pode procurar um médico para solicitar uma cirurgia bariátrica.

Além disso são necessários outros 3 pré-requisito para estar apto a optar em uma cirurgia bariátrica:

  • Ter mais de 16 anos;
  • Ter IMC superior a 40;
  • Ter o IMC entre 35 e 40 e, pelo menos, mais 2 problemas de saúde relacionados a obesidade.

Ou seja, essa cirurgia não é opção para pessoas que estejam apenas com sobrepeso e não pode ser realizada nem pelo SUS, nem Particular nesses casos.

Já as doenças relacionadas com a obesidade podem ser:

  • Diabetes;
  • Colesterol alto;
  • Pressão Alta;
  • Problemas cardiovasculares;
  • Osteoartrose;
  • Apneia do sono.

Fazer a cirurgia bariátrica em pessoas com IMC inferior a 35 não é indicado devido aos riscos que o paciente corre durante a cirurgia e depois dela.

Mas o principal motivo é que nessas pessoas a cirurgia bariátrica não é efetiva, resultando em pouca ou até mesmo nenhuma perda de peso.

 

Como funciona a cirurgia bariátrica?

A cirurgia bariátrica, independente de qual procedimento é realizado, é normalmente a mesma. Se trata da redução parcial do estômago.

Ao todo são 4 tipos de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil.

  1. Gastroplastia em Y;
  2. Gastrectomia vertical;
  3. Derivação Biliopancreática;
  4. Banda gástrica ajustável.

Abaixo falaremos de cada uma delas.

 

1. Gastroplastia em Y

Essa é uma das cirurgias bariátricas mais realizadas no Brasil. Corresponde a cerca de 75% das cirurgias realizadas.

O estômago é diminuindo em 10% e parte do alimento é redirecionado diretamente para a primeira parte dos intestinos, não passando assim pela digestão do estômago.

Dessa forma, hormônios que fazem a pessoa sentir fome são diminuídos, ao mesmo tempo que hormônios da saciedade são liberados em maior quantidade.

Assim a pessoa sente menos fome e se sente saciado comendo menos.

Doenças que tem associação com a obesidade tem melhoras significativas e rapidamente.

 

2. Gastrectomia vertical

Cerca de 15% dos procedimentos são utilizando essa técnica.

Nela o estômago é reduzido em até 85%, tornando ele uma espécie de tudo.

Essa cirurgia também diminui a fome e não traz riscos de faltar absorção de nutrientes importantes para o corpo, como o ferro e cálcio.

Nas raras ocasiões onde ele acaba não sendo efetivo no paciente ele pode ser revertido para uma das outras duas cirurgias descritas aqui no item 1 ou 3.

Porém a reversão completa dela, voltando o estômago para o seu formato ‘normal’ não é possível.

 

3. Derivação Biliopancreática

Corresponde a cerca de 5% das cirurgias.

Semelhante ao item 2, com a diferença que além dos 85% do estômago retirado é feito também um desvio no intestino.

Esse desvio faz com que o alimento siga por um caminho, enquanto que enzimas digestivas vão por outro caminho.

Assim alimentos e enzimas só se encontram nos últimos 100 centímetros do intestino e não em toda a sua extensão.

Dessa forma a absorção de calorias e também nutrientes é reduzida em muito.

A vantagem dela é que permite que a pessoa coma mais do que nos outros tipos de cirurgias.

No entanto a desvantagens é que é comum a necessidade de tomar suplementos para repor a dificuldade de absorção dos nutrientes.

 

4. Banda gástrica ajustável

Corresponde também a cerca de 5% das cirurgias.

É realizado a inserção de um dispositivo feito de silicone que é colocado no início do estômago.

Nesse dispositivo é inserido água destilada ou soro, obstruindo e diminuindo parte do estômago com isso e consequentemente a quantidade de alimentos ingeridos.

A vantagem dessa técnica é que ela é totalmente reversível, somente retirando a banda gástrica.

Ela também é ajustável. Dessa forma pode ser personalizada conforme a necessidade do paciente.

A desvantagem dela é que em muitos casos não ocorre perda significativa de peso e nem uma boa melhora de doenças preexistentes ocasionadas pela obesidade.

 

Considerações finais

Existe uma série de procedimentos antes de se realizar uma cirurgia bariátrica.

Entre elas estão fazer uma série de exames, que variam de acordo com o paciente e também consultar uma série de médicos.

 

Exames normalmente pedidos:

  • Endoscopia digestiva;
  • Radiografia de Tórax;
  • Ultrassom abdominal;
  • Prova de função pulmonar;
  • Exames de sangue;
  • Polissonografia.

 

Consulta aos seguintes médicos:

  • Nutricionista;
  • Cardiologista;
  • Psiquiatra;
  • Psicólogo;
  • Cirurgião.

 

Além disso é necessário manter uma dieta apenas liquida entre 24 há 48 horas antes da cirurgia.

Para os fumantes, é necessário parar de fumar durante no mínimo 30 dias antes de realizar a cirurgia também.

 

Já após a cirurgia é necessário uma série de cuidados também que serão prescritos pelo médico. Entre elas podemos citar:

  • Os primeiros 7 dias são apenas de dieta líquida;
  • É nos primeiros 7 dias que começa a ingestão de suplementos para suprir a falta de nutrientes devido a diminuição na ingestão de alimentos;
  • Esses suplementos podem ser necessários pelo resto da vida devido a diminuição dos alimentos ingeridos e também da capacidade de absorção dos nutrientes pelo estômago e intestino.
  • Depois é passado para uma dieta pastosa que tem duração de até 30 dias;
  • Depois desse prazo e não existindo nenhum tipo de complicação o paciente passa para uma dieta normal.

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